Benfica é a equipa da Liga com mais saídas a partir dos 85 minutos, com os rivais a optarem por mexer bem mais cedo.
Uma das críticas mais frequentes a Roger Schmidt prende-se com a dificuldade que o alemão demonstra no momento de ler o jogo de forma a mexer na equipa, sendo frequentes as substituições bastante tardias.
Ainda no domingo, em Moreira de Cónegos, com o nulo a persistir no marcador, o técnico lançou Gonçalo Guedes e João Victor aos 88 minutos, saindo João Mário e Morato. Algo que é uma espécie de imagem de marca do Benfica em 2023/24, época em que os encarnados são o conjunto que mais substituições fez na Liga Betclic a partir dos 85’: 19 ao todo. Mais do dobro que o Sporting (8) e acima do triplo que o FC Porto (6). Apenas o Moreirense se aproxima, com 17.
É certo que diante dos cónegos o treinador alemão até mexeu em duas unidades logo ao intervalo – João Neves e Florentino ficaram no balneário e foram rendidos por Kökçü e Chiquinho –, imitando o que fizera no arranQue oficial da temporada. Na Supertaça, frente aos dragões, Schmidt deixou João Mário e Ristic na cabina para lançar Jurásek e Musa.
Refira-se que em Portimão o técnico das águias foi mais longe ao fazer 3 substituições logo no descanso (Kökçü, Musa e Bah saíram para as entradas de João Neves, Arthur Cabral e Jurásek). Ao todo o alemão já operou 13 mexidas ao intervalo, as mesmas que Amorim, enquanto Conceição fez apenas 5.
Contudo, onde as diferenças se acentuam mesmo é a partir dos 85 minutos. Analisando todas as competições, Roger Schmidt já efetuou 29 trocas de jogadores na reta final dos jogos, sendo que 8 delas foram para lá dos 90’. Olhando para o quadro em cima constata-se que o alemão operou nos descontos o dobro da soma das alterações feitas por Rúben Amorim (3) e Sérgio Conceição (1) nessa fase.
Basta recordar que na receção ao Inter o técnico das águias mexeu aos… 90’+9 com Tiago Gouveia e Chiquinho a nem terem tempo de aquecer.
Quanto aos últimos 5 minutos regulamentares, o técnico das águias mexeu mais vezes (21) do que a soma das alterações realizadas pelos dragões (12) e leões (8) nesse período. Elucidativo.
Falta qualidade para os adeptos
A maioria (47,3%) dos leitores que votaram no inquérito no site de Record consideram que o que está a falhar é a falta de qualidade dos reforços. A falta de opções para as laterais com adaptações frequentes recolheu 36,9% das opiniões, sendo as restantes opções menos valorizadas pelos votantes.
A indefinição do titular na posição 9 é indicada por 7,2% dos adeptos, enquanto a ausência de uma dupla inquestionável no miolo foi a escolha de 4,6% dos votantes. Quase o mesmo resultado (4%) de quem aponta ao azar com as lesões.